Alagoas menos segura. 27 pessoas foram assassinadas em Alagoas no final de semana
Um final de semana sangrento em Alagoas. Somente o Instituto Médico Legal (IML) de Maceió recolheu 17 corpos, a maioria vítimas de arma de fogo. Já o IML de Arapiraca, no Agreste, foram recolhidos 10 corpos.
Sete meses após o lançamento do programa Brasil Mais Seguro que visa
melhorar a investigação das mortes violentas, fortalecer o policiamento
ostensivo e de proximidade (comunitário), efetivar o controle de armas e
combater a impunidade muitas famílias alagoanas continuam enterrando
seus parentes ou indo a sepultamento de amigos vítimas de homicídios.
Mas apesar da abnegação dos que compõem a Força Nacional e a cúpula
da Secretaria de Defesa Social (SDS) os assassinatos – aos poucos – tem
retornado sem que seus autores se intimidem com as ações da polícia e da
Justiça.
Na sexta-feira, 11, Maceió adormeceu com um crime misterioso. O corpo
do sargento do Corpo de Bombeiros Militar (CBM) Elenilton Tenório de
Melo, 40, que estava desaparecido, foi encontrado desovada em um
canavial em terras da usina Cachoeira do Mirim, na região do Benedito
Bentes, parte alta de Maceió. A vítima, que não tinha histórico de
violência, pode ter sido vítima de latrocínio (roubo seguido de morte).
Seu veículo, um Celta, de cor prata, desapareceu.
Ainda na sexta foi morto a tiros Anderson Santana da Silva, 18. O
crime aconteceu na Rua Princesa Isabel, na cidade de Campestre, interior
alagoano.
No Povoado de Canafistula, em Arapiraca, Agreste de Alagoas, foi
morta a tiros Rosimeire da Silva Alves Neves, 32. Em Carneiro, cidade
alagoana, foi vítima de disparos de arma de fogo Cícero Tomé Ferreira,
55.
Na cidade de Campo Alegre foi morto Jardiel da Silva Paz, 27. A
vítima foi morta a tiros. Já em Penedo, no Baixo São Francisco de
Alagoas, foi assassinado – também a tiros – José Marciano da Silva, 22.
Em Quebrangulo, interior do Estado, foi morto a tiros Nivaldo dos
Santos, 26. Em Santana do Ipanema, Sertão alagoano, morreu alvejado a
tiros Elvis Fernandes Clemente, 21. Ele estava na companhia do técnico
de enfermagem Erisvaldo dos Santos Silva, 35, e um menor de 15 anos em
frente ao Bar do Wanderley, na Avenida Pancrácio Rocha, no bairro da
Camoxinga, às margens da BR-316. Todos brincavam descontraidamente
quando foram surpreendidos por homens – que chegaram a pé – armados, que
já chegaram atirando. Elvis foi o primeiro e mais alvejado, morrendo no
local. O irmão dele – o menor de 15 anos – foi atingido em uma das mãos
e o amigo deles, foi ferido no ombro, pescoço e tórax.
Na mesma sexta-feira a noite, na cidade de Delmiro Gouveia, também no
Sertão, foi executado Lazaro Pereira Feitosa, 31. O crime aconteceu em
um dos trechos da Rua Carnaúba de Barros, no bairro Bom Sossego e
segundo testemunhas foi praticado por dois homens em uma moto.
No sábado, 12, mais crimes. A primeira vítima foi o adolescente José
Marcos da Silva Miranda, 17. Ferido a tiros ele ainda foi socorrido por
parentes e amigos até o mini pronto socorro do Tabuleiro, onde entrou em
óbito. O crime aconteceu no Conjunto Santa Maria, parte alta de Maceió.
No mesmo conjunto, onde na sexta-feira, 11, foi inaugurada uma Base
Comunitária da Polícia Militar (PM), foi registrado outro homicídio. A
vítima foi Antoniel Ramos Tavares, 26, também atingido por arma de fogo e
socorrido por familiares e alguns amigos até o mini pronto socorro do
Tabuleiro onde já chegou morto.
Na mesma tarde, em um dos trechos da Rua Manoel Inácio, no bairro da
Chã da Jaqueira, em Maceió, foi morto Diego da Silva Nunes, 15, que
residia no mesmo bairro. A família do garoto disse que ele não estudava e
nem trabalhava e tinha ligações com traficantes de drogas.
Já no “Beco da Fumaça”, por baixo de uma ponte onde passam os trens
da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), na cidade de Satuba, na
Grande Maceió, foi morto a tiros o desempregado José Cleiton Mesquita
de Melo, 23.
Vítima de arma de fogo morreu na área vermelha do Hospital Geral do
Estado (HGE) Daniel de Oliveira Souza, 21, natural da cidade de
Salvador, na Bahia e atualmente residindo no Conjunto Benedito Bentes,
em Maceió. Ele foi alvejado a tiros no final da tarde do sábado.
Nas primeiras horas do domingo, 13, de volta ao bairro da Chã da
Jaqueira, Iago Vieira dos Santos, 15, foi executado com vários tiros,
principalmente na região da cabeça. O assassinato foi registrado
conforme boletim do Centro Integrado de Operações da Defesa Social
(CIODS), o crime foi registrado nas primeiras horas deste domingo, 13,
em uma danceteria localizada em um dos trechos da Rua Joatas Malta de
Alencar.
Também na manhã do domingo, 13, foi morto com dois tiros, sendo um no
pulmão e outro no coração, Alexandre Maciel Rozendo Costa. O crime foi
registrado em um dos trechos da Rua Doutor Couto Malta, entrada do
Conjunto Graciliano Ramos, parte alta de Maceió.
Em São Miguel dos Campos, Grande Maceió, foi morto José Manoel dos
Santos, 47, que residia na Fazenda Retiro, Zona Rural de São Miguel. Ele
foi assassinado com golpes de instrumento contundente, Durante à tarde do domingo foi morto com disparos de arma de fogo
Cristiano da Silva Santos, 29, o “Quinho”. O assassinato do jardineiro,
que participava de uma bebedeira, aconteceu em uma residência na Rua
Novo Horizonte, por trás do Conjunto Dom Adelmo Machado, no bairro de
Cruz das Almas, em Maceió.
E os crimes não pararam no domingo. Na Rua da Praia, em Fernão Velho,
uma briga por causa de som alto terminou com um morto e três feridos a
bala. A vítima fatal foi o irmão de um sargento da Polícia Militar (PM),
Jonh Hebert da Silva Felix, 21, que residia no bairro do Barro Duro.
Ele foi morto pelo motorista Josivaldo Manoel da Silva, 34, residente na
cidade de Sirinhein, no Estado de Pernambuco. O acusado, que ainda
baleou Anderson José da Silva do Nascimento, 30, Wanderley Izídio da
Silva do Nascimento, 28, e Robson Rafael da Silva, 20, residente no
Jardim Petrópolis, se sentiu incomodado por não conseguir passar pela
rua devido um veículo estar parado com o som alto impedindo a passagem
de outros carros. Armado com uma pistola Josivaldo começou a quebrar as
caixas de som que encontrava. O proprietário do outro veículo, junto com
alguns amigos – em resposta – quebraram o para-brisa do carro de
Josivaldo que revidou atirando.
Salienta que o autor dos disparos já foi preso em Pernambuco, em
outubro do ano de 2010, após ser perseguido por equipes da PM. Josivaldo
Manoel , na oportunidade, dirigia uma Pajero, de cor preta, placa NLV
4004 na companhia de Juliano Silva de Mendonça . No carro foram
encontradas armas, munição, cigarros de maconha, notebooks, aparelhos
celulares e roupas roubadas na cidade pernambucana de Serra Talhada.
Por trás da Associação dos Moradores do Conjunto Graciliano Ramos, no
“Campo do 30”, parte alta de Maceió, foi assassinado com diversos
tiros, Eliandro Soares Peixoto, 25, o “DDD”. O crime, segundo
levantamentos iniciais da polícia, tem ligações com tráfico de drogas.
Na Ilha de Santa Rita, município de Marechal Deodoro, na Grande
Maceió, foi morto o pescador Josival dos Santos, 58. Que residia no
Sítio Jiboia. A vítima foi morta com golpes de barra de ferro que lhe
atingiram a cabeça. Informações dão conta que Josival tentou defender um
filho que brigava com um homem apenas conhecido pelo prenome de Pedro,
autor do crime.
A noite do domingo também foi marcada pela violência. Adriano José
dos Santos, 25, que residia no Vale do Reginaldo, periferia de Maceió,
foi assassinado com golpes de faca no pescoço. O crime aconteceu em um
dos trechos da Rua Diegues Junior, no Reginaldo, onde a vítima morava.
Voltando a cidade de Marechal Deodoro, foi morto Welington Herculano
da Silva, 19, que residia na Chã do Pilar, na Grande Maceió. O jovem foi
morto com cerca de 15 tiros por desconhecidos que estavam em um Gol, de
cor branca e placa não anotada. O crime aconteceu em um canavial na
Fazenda Hortelã.
Na cidade de Junqueiro, foi morto a tiros José Fábio da Silva, 30. Em
Porto Real do Colégio foi morto – também a tiros – José Assis Vieira
de Souza e em Arapiraca foi morto a tiros morto José Galdino Barbosa.
O Brasil Mais Seguro, uma parceria entre o Governo Federal e o
Governo de Alagoas, estado pioneiro no programa, trouxe uma estrutura
humana e física – patrocinada pela União – de peritos criminais,
delegados e policiais civis e militares da Força Nacional (FN), que em
conjunto com a Polícia Civil (PC) e Polícia Militar (PM) já conseguiram
desvendar diversos crimes e desarticular – com as prisões – várias
quadrilhas de homicidas que atuavam em bairros da periferia de Maceió,
principalmente os da região Sul. Num rápido levantamento, em apenas
dois anos, cerca de 100 pessoas foram mortas por jovens que não temiam a
polícia alagoana.
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