Um verdadeiro terror se instalou entre os servidores da Caixa Beneficente da Polícia Militar nesta sexta-feira (24). Os servidores do Colégio Floriano Peixoto, bem como de Centro Médico e da sede da diretoria foram surpreendidos por sargentos comandados pelo coronel da reserva, Adroaldo Goulart. Eles destituíram diretores e intimidaram os funcionários.
O coronel RR Goulart conseguiu na Justiça uma liminar que lhe dá o direito a ser reintegrado como associado e, consequentemente, retornar ao Conselho Deliberativo. A decisão foi do juiz Pedro Jorge Melro Cansanção e já cumprida, No entanto, o coronel se valeu de uma decisão anterior a sua reintegração e que ainda se encontra em fase de julgamento, pela qual o sargento Alberto tenta voltar à presidência da Caixa, decidiu convoca-lo, juntamente com alguns sargentos para invadir os espaços da instituição e toma-la à força, embora nada o respalde no sentido do retorno do sargento Alberto.
Mesmo sem a Justiça, em momento algum, determinar o retorno do sargento Alberto à direção executiva da Caixa Beneficente, o coronel Goulart sem acompanhamento de um oficial de Justiça, o que seria lógico caso a decisão se estendesse à presidência, se achou no direito de invadir todas as repartições da Caixa, ameaçar funcionários, destituir e empossar diretores.
No Colégio Floriano Peixoto, os sargentos arrombaram a porta da direção e levaram todo o apurado do dia, cerca de mil reais. No Centro Médico, o oficial e seus comandados invadiram todas as dependências constrangendo médicos, funcionários, sócios e dependentes que aguardavam atendimento médico. As pessoas entraram em desespero e o diretor, tenente PM Adail, tentou fechar as portas para evitar um conflito, mas foi impedido e chegou a passar mal.
O coronel Goulart ordenou que os sargentos tomassem as chaves do local, destituiu o diretor mundo e empossou “na marra” o sargento reformado Adalberon para o cargo. Na sede da Caixa, confiscaram documentos e ameaçaram trocar as chaves para que nenhum funcionário entrasse na próxima terça-feira (28).
Relembre o caso
Na época, toda imprensa publicou que o coronel Adroaldo Goulart foi afastado do Conselho Deliberativo depois de a nova diretoria detectar um rombo de R$ 10 milhões nos cofres da entidade. Conforme o coronel Ivon, presidente à época e que fez a denúncia, havia um esquema fraudulento dentro da Caixa Beneficente feito pelo coronel Goulart e conivência do advogado Cláudio Coelho – que inclusive acompanhou os invasores na sexta-feira. O advogado é acusado de desviar R$ 30 mil da Caixa e, segundo a direção executiva, há provas contundentes contra ele. Esse dinheiro desviado pelo advogado seria para o pagamento das causas trabalhistas. Coelho era o responsável pelo depósito dos valores, conforme o combinado com a Justiça, pegava o dinheiro na tesouraria da entidade,apresentava os comprovantes autenticados, mas foi descoberto que o advogado teria falsificado os comprovantes e não depositado o dinheiro. A atitude dele foi denunciada na OAB, no Ministério Público e ele assinou um termo de não mais se envolver com assuntos da Caixa Beneficente, o que descumpriu na sexta-feira.
Assim que assumiu a nova diretoria assumiu a Caixa, pediu uma auditoria e constatou na contas da entidade um esquema que desviou cerca de R$ 10 milhões. Somente dos pecúlios (as pensões das viúvas) foi desviado R$ 1,5 milhão. Além disso, mais R$ 8 milhões de débitos previdenciários foram constatados.
As denúncias também foram feitas ao Ministério Público Federal (MPF) e à Polícia Federal (PF) por haver suspeita do envolvimento de um funcionário público federal no esquema fraudulento. Quanto ao sargento Alberto ter sido destituído do cargo de presidente, mesmo com a primeira colocação na eleição, foi em seguimento ao Estatuto da Caixa Beneficente que não permite praça (de soldado a subtenente) participar do pleito como candidatos a presidente e vice. Impedimento este que a atual gestão, cumprindo compromisso de campanha já corrigiu, alterando o Estatuto para que na próxima eleição em 2014 todos igualmente tenha direito de voto e concorrer a qualquer cargo da entidade.
Do grupo que esteve sob ordens do coronel Goulart foram identificados os seguintes policiais: tenente Máximo; sargento André (irmão do sargento Alberto); sargento Leonardo e sargento reformado Adalberon. Além deles, o advogado Cláudio Coelho e também o candidato a vereador de Maceió, César Lira, presença até o momento inexplicável para a diretoria.
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