Em entrevista coletiva
concedida na manhã desta sexta-feira, dia 4, o corregedor-geral de
Justiça, James Magalhães, confirmou que o município de Craíbas foi o
local escolhido pelo governo para a construção do novo presídio. O
desembargador também voltou a chamar de “caótico” o sistema prisional do
estado e confirmou o envio do relatório sobre a situação dos presídios
em Alagoas para o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, ministra
corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Eliana Calmon, e ao
presidente do Supremo Tribunal Federal, Ayres Britto.
A reunião marcada para ontem
com o governador Teotonio Vilela acabou sendo dirigida pelo secretário
de Defesa Social, Dário César. Na pauta foram apresentadas sugestões de
ações para concretização de reformas no sistema prisional de Maceió com o
objetivo de abrigar a população carcerária de Arapiraca após
desativação do Presídio Desembargador Luís de Oliveira Souza. Ainda de
acordo com o corregedor, o governo deve entregar nos próximos dias a
planta do novo presídio.
Relatório
Sobre o relatório, a
Corregedoria diz ter relatado as “falhas já conhecidas pela imprensa e
pela população”. Apesar de não apontar o atual governo como responsável
pela situação do sistema prisional em Alagoas, o desembargador James foi
categórico e chamou de caóticos os presídios no estado. “A Corregedoria
é um órgão fiscalizador e fazemos uma inspeção mensal nos presídios. Na
última visita in loco observamos situações de barbárie. A
situação é tão crítica que encontramos celas com capacidade para quatro
pessoas que abrigavam 16 presos. Isso por mais de 22 dias,” relatou
James.
Além da superlotação, a
higienização, alimentação e área de lazer dos presídios também foram
apontadas como caóticas. “Excetuando o município de Arapiraca, não temos
Casa de Custódia no interior do estado. Verificamos grandes problemas
estruturais e não há sequer um plano de ação estratégica. O sistema
prisional é uma colcha de retalhos bem usada e emendada,” concluiu o
Corregedor.
Novo presídio
O novo presídio deve ter
capacidade para uma população carcerária de 300 pessoas e deverá ser
construído na divisa entre as cidades de Craíbas e Arapiraca. O
corregedor disse ainda que se o número de presos provisórios não fosse o
atual, a capacidade do presídio seria suficiente para atender os
condenados aos regimes fechado e semiaberto. “No início deste ano 68%
dos presos de Alagoas eram provisórios, o percentual geral foi reduzido
em seis meses para 30%. Em Maceió, este número é de 49% e 5% em
Arapiraca. A média nacional é de 47%.
O prazo para entrega do novo
presídio não foi anunciada pelo Governo, mas a expectativa da
Corregedoria é que dentro de um ano ele já possa ser inaugurado. A verba
ainda será pleiteada junto ao Governo Federal, em Brasília.
Transferência
No tocante à remoção dos
detentos de Arapiraca, ainda não há uma data definida. “A Secretaria de
Defesa Social disse que o módulo 4 e mais algumas celas já estão sendo
reformadas para receber estes detentos,” informou James.
Atualmente, cerca de 200
presos, entre condenados e temporários, compõem a população carcerária
do Presídio Desembargador Luís de Oliveira Souza. Os detentos serão
trazidos para o já superlotado Presídio Baldomero Cavalcanti, que
registrou pelo menos duas importantes figas em massa neste ano.
“Eu fico preocupado com a
vinda destes presos, mas será preciso reforçar o policiamento externo e
interno, além de aumentar o número de agentes penitenciários e
reorganizar o horário de trabalho e folgas da categoria. É um absurdo
que o governo permite a carga horária como é estabelecida: 24 horas de
trabalho por 96 de folga,” afirmou James.
Atual presídio
Ainda segundo o desembargador, a comunidade não assistirá o presídio Desembargador Luís de Oliveira Souza se tornar mais um ‘elefante branco’. Segundo o corregedor, o prédio será usado para ampliação do Campus da Universidade Federal de Alagoas, principal razão de sua desativação.Fonte: http://www.alagoas24horas.com.br/conteudo/?vCod=124286
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