Momento em que uma das visitantes mantida refém deixa o presídio
Após quase 24h terminou no início da tarde deste domingo (14) a rebelião no Presídio Senador Leite Neto, no município de Nossa Senhora da Glória (SE), distante 126 km Aracaju.
Todos os 485 rebelados, decidiram liberar o agente penitenciário Nelson
Inácio dos Santos, de 59 anos, que era mantido refém desde às 14h de
sábado (13).
A libertação do agente, bem como dos 100 visitantes, que também foram
impedidos de deixar o complexo, ocorreu por volta das 13h deste domingo,
após a retomada das negociações no início da manhã de hoje.
De acordo com a polícia, os detentos reclamam da superlotação e
reivindicam mais celas, além da ampliação dos horários de visita.
Segundo a Secretaria da Justiça de Sergipe (Sejuc), apesar da tensão
dentro do presídio durante essas quase 24h, não houve registro de mortes
e de feridos graves.
Um detento que havia sido ferido por um tiro durante a tentativa de
fuga, que foi evitada pelos agentes de plantão, e que culminou na
rebelião, foi encaminhado ao Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE), em
Aracaju, ainda no sábado.
Uma gestante, que era mantida refém, passou mal no início da noite de
sábado e foi liberada pelos presos. Ela foi encaminhada ao Hospital
Regional de Glória onde foi atendida e passa bem.
"A Polícia Militar fez toda a contenção e colocou os seus oficiais à
disposição para que pudesse ser feita a negociação, para que a gente
chegasse, evidentemente, ao final do processo com uma solução mais
tranquila, correta e sensata, que seria a rendição e a retirada dos
familiares e do refém. Graças a Deus logramos êxito", informou o
comandante-geral da Polícia Militar, coronel Maurício Iunes, que
coordenou o contato com os internos, ao lado do comandante do Batalhão
de Choque (BPChq), major Carlos Rolemberg, e do capitão Marcos Carvalho,
do Grupo de Gerenciamento de Crises e Conflitos (GGCC), também da PM.
Início da rebelião
A rebelião começou por volta das 14h deste sábado (13), quando quatro
presos tentaram escalar o muro nas imediações do alojamento dos agentes.
Ao tentar conter a fuga, um dos agentes foi feito refém pelos detentos.
Todos os 485 internos se rebelaram. Policiais cercaram a unidade
prisional ainda na tarde de sábado. As negociações foram iniciadas por
volta das 16h40.
De acordo com Iran Alves da Silva, presidente do Sindicato dos Agentes
Penitenciários de Sergipe, a fuga dos internos foi somente um pretexto
para atrair a atenção dos agentes e assim os demais presos, pudessem
rendê-los.
“Os agentes de plantão perceberam quando o grupo tentava escalar o muro
e foram em direção a eles. Um dos internos foi ferido por um tiro
disparado por um dos agentes prisionais e os demais foram contidos. No
entanto, assim que eles conseguiram impedir a fuga perceberam a
aproximação de outros presos. Os agentes correram para se proteger, mas
um deles, o Nelson, foi pego pelos internos", disse.
Ainda segundo Iran Alves, os presos invadiram áreas administrativas do
presídio, destruíram computadores e atearam fogo nos equipamentos, bem
como em móveis e outros objetos. A intensão deles era a de fugir pela
porta da frente.
Negociações
“Quando os agentes perceberam a proporção que a rebelião tinha ganhado
acionaram a Polícia Militar, que enviou homens do Batalhão de Choque e
também do Grupamento Tático Aéreo”, afirmou Iran Alves.
Frente do presídio foi tomada por policiais e familiares dos
presos
presos
De acordo informações da Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania
(Sejuc), o processo de negociação foi iniciado por volta das 16h40. No
entanto, as negociações foram interrompidas pelos detentos no início da
noite deste sábado.
Segundo o comandante do Batalhão de Choque da PM, Major Carlos
Rollemberg, os presos informaram que as negociações com a polícia só
seriam retomadas na manhã deste domingo (14). O clima continuou tenso no
local durante toda a noite e madrugada deste domingo (14), e os
moradores da região ficaram apreensivos.
Acompanharam todo o processo de negociação o secretário da Justiça,
Benedito Figueiredo, e dos Direitos Humanos, Luiz Eduardo Oliva. Eles
também ouviram pedidos dos internos a respeito de transferências e
progressão de pena. Por parte da SSP, foi mobilizado o efetivo do
Grupamento Tático Aéreo, com um helicóptero, além de tropas
especializadas da Polícia Militar, a exemplo do Comando de Operações
Especiais (COE), Batalhão de Policiamento de Choque (BPChq) e Pelotão
Especial de Policiamento em Área de Caatinga (Pepac).
Fonte: http://g1.globo.com/se/sergipe/noticia/2012/10/termina-apos-quase-24h-rebeliao-no-presidio-de-n-s-da-gloria-se.html
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