A suposta ligação entre a declarada ‘greve branca’ por parte dos agentes do Sistema Prisional de Alagoas e a fuga do reeducando Josadaque Williams Silva de Oliveira será apurada por meio de uma sindicância instaurada pela Superintendência Geral de Administração Penitenciária (SGAP). No último domingo (03), Oliveira teria se escondido em um recipiente de lixo e quando os resíduos foram jogados no contêiner localizado na parte externa do presídio Baldomero Cavalcanti, o reeducando empreendeu fuga.
À reportagem, o superintendente-geral da SGAP, coronel Carlos Alberto Luna, lembrou que há muito tempo um caso semelhante não acontecia no Sistema e que medidas legais serão adotadas. “O reeducando apresentava comportamento bom. Nada que nos levasse a acreditar que ele pudesse tentar alguma fuga ou algo parecido. Sem dúvida, vamos apurar se houve participação de alguém. Havendo, as punições legais serão estabelecidas através de uma sindicância”, pontou.
A ligação entre a ‘greve branca’ e a fuga também será apurada pelo procedimento administrativo aberto pela Superintendência. “Não podemos fazer qualquer juízo de valor antes da conclusão das investigações. Posso adiantar que todos os caminhos serão apurados”, destacou coronel Luna.
Após a fuga, agentes do Sistema Prisional tentaram localizar o reeducando, mas não obtiveram êxito. Agora, segundo Luna, as Polícias Militar e Civil ficarão responsáveis pela captura de Josadaque Williams.
O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Jarbas Souza, se mostrou favorável à sindicância, mas sugeriu que o procedimento administrativo apurasse também a péssima distribuição de funções do Sistema Prisional autorizada pelo coronel Luna.
“Como é que sete agentes podem tomar conta de um presídio com mais de 800 presos? Logicamente, está tudo errado. Com essa distribuição irregular, fugas vão continuar acontecendo”, ponderou.
Greve branca
Em protesto, os agentes suspenderam as visitas de familiares e amigos aos reeducandos do Sistema Prisional no último sábado (02). A categoria adotou essa postura após a prisão do colega, Anderson de Oliveira, acusado de participar de um homicídio dentro de uma lotação no bairro de Chã da Jaqueira, na capital. O crime aconteceu em 2009.
Com o protesto, os agentes pediam a transferência de Anderson para um local de maior segurança, ou seja, longe dos reeducandos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário