O ano novo chegou e os sindicatos começam a articulação das pautas que serão propostas ao governo. 2011 foi marcado por uma série de protestos realizados principalmente pelos que compõem a área de segurança pública de Alagoas. Militares ameaçaram aquartelamento e policiais civis realizaram greve. Outros setores como na saúde e na educação também foram registradas mobilização e suspensão das atividades.
A Gazetaweb fez contato com alguns sindicatos e confirmou que o mês fevereiro deve ser marcado por assembleias e reuniões que darão início ao processo de mobilização.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em Alagoas, Izac Jacson, informou que começaram as discussões das categorias que compõem o serviço público. “Em relação ao município houve acordo que garantiu reajuste de 10% para os servidores. Já em relação ao estado, no dia 2 de fevereiro haverá uma reunião com diversas categorias. Cada categoria tem sua pauta de reivindicação. Um exemplo é a PM que tem a pendência em relação ao quinquênio e a Educação que tem plano específico”, declarou Izac Jacson.
Segundo o presidente da CUT, cada ramo tem questões específicas para serem tratadas, mas há um ponto em comum entre os servidores: não concordam com a terceirização dos serviços, através de contratações temporárias.
Descontentamento
A vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal) Maria Consuelo Correia afirmou que a entidade aguarda a definição por parte do Ministério da Educação (MEC) sobre o valor do piso para o magistério – base que serve de cálculo para os governos em relação a implantação de reajuste salarial para a categoria – para saber qual será o “novo salário” a ser pedido.
“A categoria está insatisfeita. Saímos de uma greve em junho 2011 e alguns pontos não foram cumpridos pelo Governo”, declarou a sindicalista. Maria Consuelo reforçou que o descontentamento se dá principalmente em relação a dois pontos: “tem a questão da valorização do trabalhador e melhores condições de trabalho”.
A vice-presidente do Sinteal lembrou da reforma das escolas estaduais anunciada pelo governador Teotonio Vilela Filho e o secretário Adriano Soares. “Esperamos que seja uma reforma de verdade. Tem que se olhar a necessidade como um todo. Espero que atenda as necessidades do trabalhador”, declarou.
Maria Consuelo criticou a iniciativa da secretaria de Educação de se contratar vigilância armada para as escolas. Diz que é uma medida que o Sinteal não aprova. “Isso vai contra o princípio ideológico do sindicato. É preciso qualificação e não privatização”, disse. Um profissional de início de carreira no magistério recebe por 40 horas de trabalho por semana cerca de R$ 1.187, se ele tem curso superior, por 20 horas, R$ 1200.
Mesmo sem ter um percentual de reajuste fechado , Maria Consuelo disse que é possível que ele fique em torno de 22%.
Articulação
Os trabalhadores da área de segurança pública têm pauta específica e já começaram o planejamento das ações. O presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos, Teobaldo Almeida reforçou que o clima entre os militares é de “desmotivação total”. Principalmente por dois motivos, segundo ele: “distanciamento” entre tropa e cúpula da segurança pública e a carga horária exaustiva. “Há uma barreira grande entre os militares com a cúpula e a sobrecarga de trabalho acaba deixando o militar sem oportunidade. Queremos uma escala de trabalho que possibilite fazer cursos, palestras”, disse Teobaldo Almeida.
No dia 26 deste mês haverá uma reunião entre representantes da PM com a secretaria de Gestão Pública para discutir itens reivindicados pela categoria há algum tempo. “Está faltando o pagamento do quinquênio e negociação dos 7% restantes da lei 6824 referente ao primeiro ano de governo de Teotonio Vilela”. Têm direito ao resíduo, segundo o militar, de soldado a capitão. Teobaldo acredita que o percentual de reajuste salarial a ser reivindicado pelos militares deve ficar em torno de 20%, incluindo os 7% de resíduo.
Velhos problemas
A situação dentro da Polícia Civil também é delicada. O presidente do Sindpol, Josimar Melo, declarou que a categoria está insatisfeita. É uma reclamação recorrente entre os que compõem o movimento unificado da segurança pública: Sindpol, Sindapen (sindicato dos agentes penitenciários) e associações militares. “Faltam condições de trabalho, principalmente isso”, disse Melo ao lembrar dos pedidos de interdição de delegacias à Justiça.
“Temos a mesma pauta de reivindicação do ano passado, mas estamos priorizando o plano de cargos e salários, pagamento de periculosidade e participação na comissão organizadora do concurso e mais vagas para agentes”, declarou.
O movimento unificado luta pelo piso de R$ 3.500 para agentes da PC, soldados e agentes penitenciários, valor praticamente o dobro do que recebe algumas categorias dessa área.
Fonte: http://gazetaweb.globo.com/v2/noticias/texto_completo.php?c=249025
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