O Ministério Público de Cravinhos vai apurar se existem irregularidades na conduta de um agente penitenciário que por duas vezes teria atirado contra detentos que se recusavam a sair de uma cela no CDP (Centro de Detenção Provisória de Serra Azul).
O presídio está com 1.214 detentos, 58% a mais de sua capacidade que prevê lotação de 768 pessoas. Para o promotor existe ligação da superlotação com os conflitos entre detentos e agentes.
"Queremos a apuração dos fatos, mas concluímos que o governo do estado de São Paulo é omisso na questão da segurança dos presos que não têm seus direitos humanos respeitados e dos próprios agentes que não tem segurança para trabalhar", diz Wanderley Trindade, promotor.
Um vídeo recebido pelo A Cidade mostra o momento em que um agente, com uma arma calibre 12 própria para efetuar disparos com bala de borracha, atravessa o pátio, fica em pé em frente a uma cela e faz um disparo. Funcionários consultados pela reportagem informaram que o caso ocorreu no dia 27 de junho, no raio 1, por volta das 18 horas, e que ninguém ficou ferido.
No dia 11 de agosto, o mesmo agente teria atirado novamente e desta vez a bala de borracha teria acertado o detento Adriano de Paulo Freitas, preso por porte ilegal de arma. Ele foi ferido na perna e levou pontos.
"A OAB vai acompanhar de perto esta situação nas penitenciárias porque o vídeo mostra uma inadequação de conduta. Os fatos retratados no vídeo são graves e merecem esclarecimentos", diz Ricardo Giuntini, presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) regional de Ribeirão Preto.
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