A descoberta de um esquema de "alimentos fantasmas", envolvendo fornecedores de alimentos, que teria desviado R$ 300 milhões do sistema prisional de Alagoas, acabou gerando uma nova investigação dentro da própria Polícia Civil: o sumiço de R$ 900 mil em cheques, já descontados, apreendidos nas buscas e apreensões da operação.
As investigações começaram na segunda-feira. Segundo os primeiros levantamentos, os cheques estavam em uma delegacia. De acordo com a assessoria da Polícia Civil, em uma recontagem do dinheiro apreendido- R$ 4 milhões - descobriu-se o sumiço dos cheques. O Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gecoc), do Ministério Público Estadual, percebeu a diferença nos valores e acionou a corporação.
"Vai ser apurado o que realmente aconteceu, se houve erro na confecção do documento (de levantamento das apreensões) quando os valores foram apreendidos ou outra irregularidade", disse a assessoria da Polícia Civil. Um capitão da Polícia Militar e um advogado foram os primeiros a serem ouvidos.
No dia 6 de março, a Polícia Civil de Alagoas e o MP iniciaram a operação contra o esquema de alimentos fantasmas. A fraude na compra de produtos alimentícios teria causado um prejuízo de R$ 300 milhões ao Estado. Foram cumpridos 17 mandados de prisão e 34 de busca e apreensão.
Um dos presos durante a execução dos mandados foi o empresário Délio Xavier, citado entre os fornecedores de alimentação para o Estado. Em sua casa, foram apreendidos cheques e R$ 230 mil em dinheiro.
Segundo o Ministério Público, a investigação da Operação Espectro começou a partir de pedido da Controladoria Geral do Estado. Empresas revendiam alimentos ao Estado, mas os produtos não eram entregues e triplicavam os valores nas notas fiscais. O MP afirma que pelo menos 73 empresas fazem parte da fraude, sendo que outras 12 ainda estão sob investigação.
Os presos respondem pelos crimes de peculato, corrupção passiva e ativa, falsificação de documento público e particular, fraude em licitação, formação de quadrilha e sonegação fiscal.
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