Comandante-geral
da Polícia Militar de Santa Catarina e delegado-geral da Polícia Civil
do estado falam de investigações sobre onda de ataques
Órgãos de segurança de Santa Catarina dizem que os ataques a ônibus e
forças da segurança que ocorrem desde segunda-feira (12) estão
relacionados aos presídios do estado. Segundo o delegado geral da
Polícia Civil, Aldo Pinheiro, a principal linha de investigação aponta
que há um grupo de presidiários que mantém contato com o exterior e
coordena os ataques. “Mas não podemos detalhar para não atrapalhar as
investigações”, explicou o delegado.
Desde o começo da semana, 25 ataques foram registrados e 23 pessoas
foram detidas no estado. De acordo com a Polícia Militar, 39 suspeitos
de envolvimento foram identificados.
Uma das linhas de investigação das autoridades trabalha com a hipótese
de que as ações criminosas tenham tido início após denúncias de
maus-tratos aos detentos. “Os atentados são uma reação dos criminosos
não apenas por causa deste fator. Trata-se de um conjunto de
circunstâncias, que inclui uma maior rigidez na segurança”, completou
Pinheiro. Na terça-feira, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina
(TJ-SC) determinou uma vistoria no presídio de São Pedro de Alcântara,
depois de denúncias de presos.
Segundo o diretor do Departamento de Administração Prisional (Deap),
Leandro Lima, todo o sistema prisional está aberto para ser fiscalizado.
“Existem denúncias e o Deap não vai acobertar. Tanto que é alvo de
força-tarefa. Mas o que vi até agora foi ação legítima do estado”,
disse. O diretor também não descarta que os ataques em Santa Catarina
podem ser coordenados por presos: “É um suspeita recorrente que
atentados como os registrados partam de dentro dos presídios. Mas é
necessário que a investigação aponte”.
O comandante geral da Polícia Militar de Santa Catarina, Nazareno
Marcineiro, confirma a hipótese. “Numa análise rápida dos episódios, é
perceptível que os presídios têm alguma relação com os ataques. A
Polícia Civil ainda vai apurar as causas. A PM está voltada em atuar
contra os criminosos”, contou. Para Marcineiro, ainda não é possível
afirmar que as ações partiram de um determinado grupo criminoso.
“As pessoas não carregam algo que as identifiquem como membros de
alguma organização. A maioria dos detidos têm conflito com a lei, isto é
um fato, e estavam de posse dos mesmos artefatos de ataques. Mas ainda
não há uma possível relação com crime organizado”, comentou.
Segundo o delegado geral da Polícia Civil catarinense, Aldo Pinheiro,
nos ataques podem estar envolvidos também pessoas que considera como
oportunistas. “Pelas informações que temos, existem pessoas que praticam
os ataques como um mero ato de vandalismo, sem ter qualquer relação com
outro fato”, disse.
Ataques
Desde a tarde de segunda-feira (12), 25 ataques foram registrados no
estado. Ônibus foram incendiados em Florianópolis, Navegantes, Itajaí,
Blumenau e Criciúma. Bases da PM e presídios foram alvo de tiros. Dois
contêineres foram incendiados na capital (veja infográfico).
Vinte e três pessoas já foram detidas em Santa Catarina, suspeitas de
participar dos ataques, segundo a Polícia Militar. Foram 12 pessoas em
Florianópolis, nove em Itajaí e dois em Blumenau. Do total, 11 são
adolescentes - oito da capital e três de Itajaí.
Fonte: http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2012/11/ordem-para-ataques-sai-de-presidios-dizem-autoridades-de-santa-catarina.html
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