Foram 15 anos ouvindo o murmúrio dos corredores, escutando o som das grades que se fechavam, o estouro das brigas e rebeliões. Marcelo Leôncio é, antes de tudo, um sobrevivente. E também um agente penitenciário, o último do Presídio do Ahú.
“Somando tudo, tenho 20 anos aqui. Foram 15 anos trabalhando no dia-a-dia do presídio e nos últimos cinco administrando o prédio”. Marcelo viveu o cotidiano da prisão e recorda das rebeliões que enfrentou, das que escapou e das brigas que presenciou.
Em 2001 uma rebelião estourou no seu turno. “Tive muita sorte, naquele dia estava de folga e escapei de virar refém”.
Hoje o presídio não cala mais a voz encarcerada dos presos. E Marcelo, último agente penitenciário do complexo e gestor que sabe “o que funciona, o que não funciona, onde estão as chaves, o que liga o quê” no edifício centenário aprova a visitação livre das pessoas no complexo. “É muito importante, é um serviço à sociedade ouvir pessoas nesses corredores o choque de uma realidade sem glamour que é a do preso. É gratificante ouvir que jovens, ao passar por aqui, vão pensar duas vezes antes de entrar para a criminalidade”.
Fonte: http://redeglobo.globo.com/rpctv/noticia/2011/07/agente-penitenciario-recorda-os-tempos-dificeis-do-presidio-do-ahu.html
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