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terça-feira, 2 de agosto de 2011

Núcleo Ressocializador é criado como alternativa à carceragem em Alagoas



Com o pensamento de que o sistema prisional deve abandonar o tradicional modelo de ‘carceragem’, foi instalado em Maceió o primeiro ‘Núcleo Ressocializador’, que vai começar a funcionar nessa quinta-feira (4), no antigo presídio Rubens Quintella, o São Leonardo. O novo órgão, inspirado em um modelo espanhol, deve tirar 150 reeducandos da ociosidade e integrá-los a atividades de trabalhos e estudos. 

Foi durante uma viagem a Goiás, sob iniciativa da superintendência prisional de Alagoas, que o grupo que hoje faz parte da diretoria do Núcleo conheceu o ‘Módulo de Respeito’. “Depois das pesquisas, fomos incentivados a conhecê-lo de perto e passamos uma semana conhecendo o programa in loco. Vimos que o projeto foi baseado em uma instituição espanhola, cuja modalidade é de convivência em sociedade”, explicou a gerente geral do Núcleo, Fernanda Aranda. 

De volta a Alagoas, a intendência decidiu implantar a ideia. “O programa, na prática, deve contemplar apenas os presos condenados em regime fechado. Será feita uma avaliação multidisciplinar, com a participação da diretoria, além de psicólogos e assistentes sociais. Em seguida, será feito um parecer com relação a aptidão dos reeducandos para essas atividades. Caso seja aprovada, a pessoa será convidada a ingressar nesse projeto, caso também aceite as regras de convívio apresentadas”. 

Essas regras, segundo Fernanda Aranda, são simples: “O preso terá trabalho e estudo de modo que não ficará ocioso, mas ao mesmo tempo precisará cumprir certas regras como a manutenção do asseio pessoal, do alojamento em que vive, além de trabalhar em equipe e conviver harmoniosamente”, acrescentou. Caso sejam descumpridas, o reeducando voltará ao seu local de origem. 

Segundo a gerente, o Núcleo Ressocializador deve atender apenas a homens, ao menos em um primeiro momento, e deve começar a funcionar com 42 reeducandos. “Durante o dia, eles irão trabalhar como uma empresa comum. Quando encerrar o horário de trabalho, no fim da tarde, eles deixarão o local, terão o horário para alimentação e, em seguida, devem seguir para a sala de aula. Aos fins de semana, terão dias para visitação de familiares e visitação íntima”.

Para que tudo funcione do modo esperado, foi criada toda uma estrutura no prédio. Serão dois pavilhões superiores, uma ala de saúde com módulo de acessibilidade e para alguns custeados que tenham problemas de saúde; um refeitório, a área de gerência, administração, de educação, um espaço para iniciativa privada e uma ala específica para visita íntima. “Essa área de visita íntima é diferente do presídio normal. As visitas ocorrerão em um espaço amplo e aberto no primeiro andar. No alojamento, apenas os reeducandos devem ficar”. Numa segunda etapa, também há a ideia de implantação de uma área de lazer. 

De acordo com Aranda, a criação do Núcleo Ressocializador é uma alternativa ao modelo prisional existente. “Acredito hoje que o caminho para o sistema prisional não é o cárcere em si. Ao cometer os crimes e serem colocados no presídio, os reeducandos não serão extintos, mas devolvidos à sociedade. Por isso, precisamos melhorar a vida deles aqui, para que eles voltem de forma sociável. Não podemos mais encarcerar os presos e deixar os agentes como algozes. Nós não somos apenas carcereiros, atuamos principalmente como pontes para que eles possam retornar ao convívio social e, para isso, é preciso a participação da sociedade”, explica.



Fonte: http://gazetaweb.globo.com/v2/noticias/texto_completo.php?c=237752

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