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quinta-feira, 15 de março de 2012

Agentes penitenciários do estado do Piauí param os serviços



O Piauí possui 14 unidades prisionais e todas possuem algo em comum: a superlotação. Em Teresina - que concentra quatro unidades - a Casa de Custódia tem capacidade para 336 presos, mas atende a 800. Outro exemplo está em Picos, onde a penitenciária deveria ter no máximo 144 presos e hoje já possui 330. A denúncia é feita pelo Sinpoljuspi (Sindicato dos Agentes Penitenciários e Servidores Administrativos das Secretarias da Justiça e Segurança do Piauí) e é parte da pauta de reivindicações da categoria, que realiza 48 horas de paralisação a partir de amanhã.

"Na greve do ano passado, ficaram acordados alguns pontos e até então o Governo não está cumprindo. Se não houver nenhuma proposta, a greve po-de ser iniciada a partir do dia 27", afirmou o presidente do sindicato, Vilobaldo de Carvalho. A paralisação atinge cerca de 600 trabalhadores de todo o Estado. Uma das principais reivindicações da categoria diz respeito à convocação de mais agentes penitenciários. Segundo Vilobaldo, do último concurso realizado, só foram convocados 50 aprovados e mais 100 es-tão esperando a convocação.

"O Governo se comprometeu em chamar mais 50 em novembro do ano passado e o restante até fevereiro desse ano. O prazo passou e ninguém foi convocado. De 2004 para cá, a população carcerária ganhou mais mil presos enquanto só 50 novos agentes assumiram, no mesmo período. Seriam necessários pelo menos 400 agentes penitenciários para atender a demanda", explicou. Os trabalhadores denunciam ainda as condições de trabalho e afirmam não poder tirar férias ou licença sem que esse tempo longe das atividades seja descontado no valor do contracheque.

"Pedimos ainda o reajuste no auxílio alimentação de R$ 97 para R$ 294, o mesmo valor pago no Maranhão", completa o presidente do Sinpoljuspi. A regulamentação da Lei Complementar 147/2010, que defende uma tabela de vencimento específica para os servidores de apoio policial, também faz parte da pauta. O Sindicato denuncia também o aumento no número de agressões sofridas pelos agentes nas unidades prisionais do Estado.

Desde outubro do ano passado, pelo menos seis agentes de Teresina foram vítimas de alguma agressão. Em Parnaí-ba, foram quatro. "Há cerca de dois anos, um agente foi morto em Picos. As rebeliões são constantes e o governo trata a questão com descaso, como se fosse tudo normal". Amanhã e na quinta-feira, os policiais irão se concentrar em frente à Casa de Custódia. Vilobaldo explicou que durante a paralisação os servidores vão ao local de trabalho, mas suspendem algumas tarefas, a exemplo das visitas aos presos. "Algumas atividades não podem parar, mesmo com a greve. Já comunicamos a decisão da categoria ao governo e estamos esperando um posicionamento", disse.


Entre as atividades que não param estão: distribuição de alimentação aos presos, soltura de "banho de sol" para os presos, distribuição de medicação, vistorias de rotina, realização de rondas periódicas.

Vereda Grande - A Penitenciária Gonçalo de Castro Lima - Vereda Grande, na cidade de Floriano, está há quase um ano sem registrar fugas. "O êxito se deve às medidas de segurança que adotamos após determinação do secretário Henrique Rebelo. Além das fugas, conseguimos evitar também a entrada de drogas, armas e celulares", explicou Alberoni Pereira Júnior, diretor da unidade penal.

De acordo com Alberoni Júnior, o presídio de Vereda Grande tem uma população carcerária de cerca de 250 presos. "Conseguimos manter o clima de segurança na penitenciária com o uso de detector eletrônico de metal instalado na entrada, revistas manuais e constantes vistorias nas celas para localização de celulares, drogas e armas", disse. 



Fonte: http://wap.180graus.com/geral/agentes-penitenciarios-do-estado-do-piaui-param-os-servicos-504694.html

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