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quarta-feira, 7 de março de 2012
Investigações sobre golpe devem avançar
Alagoas acordou ontem com mais uma dessas operações policiais em andamento. Tudo começara na madrugada e, em poucas horas, já havia buscas em vários endereços, oito pessoas presas, dinheiro apreendido, montanhas de documentos recolhidos e até um cofre levado para a delegacia.
Trata-se, segundo as informações das autoridades, de uma quadrilha que montou um megaesquema de sonegação fiscal fraude em licitações, desviando dinheiro dos cofres públicos.
A princípio, o bando teria movimentado cerca de R$ 300 milhões. A suspeita é de que o negócio criminoso tenha ramificações em órgãos do Estado, de prefeituras e empresas privadas.
Os únicos focos de desvio identificados, porém, até ontem, eram a Secretaria de Defesa Social e o sistema prisional. São repartições que compram grande quantidades de alimentos – para as polícias e o Corpo de Bombeiros e para os presídios.
As empresas fraudavam as notas fiscais e entregavam menos do que “vendiam” no papel. Da mesma forma, o tipo de alimento era um nos documentos, mas na realidade era de uma qualidade inferior.
Ainda segundo as investigações, as irregularidades teriam sido detectadas desde 2008, mas somente agora uma operação chega a uma parte do golpe.
Mas falta muito para esclarecer o caso. Nenhum agente público foi identificado, sequer indicado como suspeito pelos investigadores.
Ora, é impossível que tamanho golpe – que só existe por causa do dinheiro fácil dos cofres públicos – seja levado a cabo sem a participação direta de servidores públicos.
Não é de hoje que a aquisição de alimentos para a área de segurança pública e as penitenciárias vive sob suspeita. Mais de uma vez, nos últimos anos, surgiram indícios de ilegalidade.
O importante agora é que as apurações sigam com celeridade e de modo objetivo. Também é crucial que polícia e Ministério Público produzam provas concretas, capazes de levar os culpados a uma condenação.
Fonte: http://gazetaweb.globo.com/gazetadealagoas/noticia.php?c=197838
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