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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
Alagoas é campeão em assassinatos de jovens no país
Alagoas é o estado com o maior número de homicídios de jovens entre 15 e 24 anos. De acordo com o “Mapa da Violência 2011 – Os Jovens do Brasil”, elaborado pelo Instituto Sangari e divulgado nesta quinta-feira (24) pelo Ministério da Justiça, a taxa de homicídios em Alagoas, em 2008, foi de 125,3 por cem mil habitantes.
Estado apresenta taxa de 125,3 homicídios por cem mil habitantes. Piauí, Santa Catarina e São Paulo têm as menores taxas. Dados são de 2008.
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Há dez anos, Alagoas ocupava a 13ª colocação no ranking dos estados, com uma taxa de 30,6 homicídios por cem mil habitantes. Neste período, a taxa de homicídios no estado quadruplicou. O índice registrou aumento de 177,2% no período entre 1998 e 2008.
"Um estado como Alagoas, que há até poucos anos apresentava taxas moderadas, abaixo da média nacional, em pouco tempo passou a liderar o triste ranking da violência do país, com crescimento vertiginoso a partir de 1999", diz trecho do estudo, que tem como fonte os dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.
Maceió é a capital mais violenta do País, com 107,1 homicídios para cada 100 mil habitantes e taxa de crescimento de 222%. Mas o maior número de assassinatos em termos populacionais no Estado pertence a outro município. Qunto colocado no ranking das 100 cidades brasileiras mais violentas, o Pilar registra média de 110 homicídios para 100 mil habitantes, perdendo apenas para Itupiranga (PA), Simões Filho (BA), Campina Grande do Sul (PR) e Marabá (PA). No ranking da violência em Alagoas, Maceió ocupa a oitava posição, ficando Arapiraca na 20ª, com taxa de 92,6 assassinatos.
O Espírito Santo está em segundo lugar na lista dos estados com mais mortes violentas de jovens - 120 homicídios por cem mil habitantes -, seguido por Pernambuco, Pará, Amapá e Distrito Federal.
Epidemia
"Alagoas, Espírito Santo e Pernambuco, com suas taxas acima de 100 vítimas jovens a cada 100 mil jovens, ostentam marcas que não têm comparação mundial", diz trecho do estudo. O sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, que coordenou o estudo, explica que acima de dez homicídios por cem mil habitantes a situação é "epidêmica".
Waiselfisz afirmou que a violência não é um fenômeno local e que se "espalhou por todo o Brasil". Segundo ele, para diminuir a violência, o governo deve tomar medidas tais como integração das forças de segurança e combate à corrupção policial.
Nesta quinta-feira, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse, após divulgar o estudo, que o governo tomará uma série de medidas. Ele citou como exemplo reativar a campanha de desarmamento.
Waiselfisz disse que o desarmamento é importante, mas como medida isolada não é suficiente para conter a violência. O estudo coordenado pelo sociólogo mostra que o Brasil ocupa o sexto lugar no ranking de homicídios de jovens, com uma taxa de 52,9 homicídios por cem mil habitantes.
Mudanças
O estudo aponta que Paraná, Pará e Bahia, estados que em 1998 apresentavam índices relativamente baixos, passaram a ocupar lugares de maior destaque no ranking em 2008. Ao contrários destes estados, São Paulo apresentou melhora significativa.
Em 1998, São Paulo tinha uma taxa de 79,2 homicídios por cem mil habitantes, ocupando a 5ª posição do ranking. Em dez anos, a taxa caiu para 25,3, e São Paulo passou a ocupar a 25ª posição no ranking. "São Paulo está bem no contexto nacional, mas no contexto internacional a melhora apresentada ainda não é suficiente", disse Waiselfisz.
Segundo o estudo, o Piauí é o estado com menor número de homicídios, com 18,1 casos para cada 100 mil habitantes, seguido por Santa Catarina, como 19,5 casos. De acordo com o estudo, as taxas de Piauí e Santa Catarina ainda são "muito elevadas quando transpostas para o contexto internacional".
Fonte: http://gazetaweb.globo.com/v2/noticias/texto_completo.php?c=225331
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