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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Comandante da PM diz que ingerência política na Corporação acabou


Com 28 anos de Polícia Militar (PM/AL), o coronel Dário César Barros Cavalcante assumiu recentemente o comando da PM. A recente experiência à frente da Intendência Geral do Sistema Prisional (Igesp), segundo o comandante, ajudou-o a “aprender a lidar melhor com o capital humano”.

O coronel, que já comandou o Bope e o Comando de Policiamento da Capital (CPC), diz que o governo do Estado transformou as polícias Militar e Civil em polícias de Estado e fala dos projetos e avanços da corporação. “Não há mais ingerência política na PM. Só isso já é um grande avanço do Governo, sem falar no investimento em qualificação e equipamentos”, disse.

Agência Alagoas – Como avalia esses quatro anos de governo, no âmbito da segurança pública?

Dário César – Eu avalio de forma positiva, porque, primeiro, o governo do Estado transformou as nossas Polícia Civil e Polícia Militar – que antes eram polícia de governo – em polícias de Estado. Hoje não há mais ingerência como havia nas unidades da Polícia Militar e delegacias da Polícia Civil. Antigamente, sabia-se que [as delegacias] eram loteadas politicamente e, hoje, com essa postura, isso mudou. E o governador assumiu isso aí. Eu acho que isso, se não tivesse sido feito nada mais, já seria um grande passo para nossas corporações. Mas, além disso, nunca se investiu tanto em equipamentos e tecnologia. Você pode ver em todo lugar que a gente anda. Na nossa PM, em específico, como comandante do CPC [Comando de Policiamento da Capital], no começo de 2007, tínhamos sete viaturas para cobrir a grande Maceió. Hoje esse número, de longe, só atende uma unidade operacional. Nós temos treze [unidades] na capital.

A.A. – Quais foram os principais investimentos feitos na Polícia Militar?

D.C. – Qualificação do nosso pessoal, inúmeros cursos, equipamento, armamento e também viaturas. Porque não adianta você ter o efetivo equipado e qualificado, sem meios de locomoção.

A.A. – Muito foi investido, porém, a violência ainda existe no Estado. Como a PM contribui para combater o crime e como pode contribuir mais?

D.C. – A Polícia Militar é apenas uma peça dessa engrenagem. A engrenagem é composta da sociedade, Estado – com a força ostensiva que é a PM, a força investigativa, que é a Polícia Civil, o Judiciário e o Legislativo – e a família. A segurança é dever do Estado, mas também é obrigação de todos. No momento em que não dou atenção ao que o meu filho está fazendo e começo a desconhecer que ele anda com más companhias, eu estou contribuindo, de alguma forma, para a violência. Na prática, as pessoas querem se sentir mais seguras. Aí é a polícia ostensiva, fardada, que você identifica visualmente. Essa é nossa obrigação, que a polícia esteja mais presente. São várias formas de fazer isso. Mas, de uma hora para outra, não se vai dar um corte na violência. Isso é um processo que envolve o Legislativo, o Judiciário. Dizer que a violência se transforma da água para o vinho é um ledo engano.

A.A. – O que o senhor pretende mudar a partir de agora? Existe algum projeto novo a ser colocado em prática? O que o senhor está trazendo de novo para a PM?

D.C. – Nós já temos muita coisa boa que pode modificar muito o quadro da violência, como é a polícia cidadã, comunitária, que hoje se fala tanto do [conjunto] Selma Bandeira. Esse tipo de policiamento tem rendido resultados, porque envolve a comunidade. As pessoas ali começam a perceber que a polícia é uma parceira. Projetos que estão dando certo têm que ser intensificados. E temos como meta deixar a polícia mais ostensiva. Isso é, de cara, o que clama a sociedade. Temos várias ideias e estamos vendo como faremos isso com o mesmo contigente.

A.A. – Qual o melhor caminho para se combater a violência com eficácia, e o que falta para que Alagoas possa superar os altos índices de violência?

D.C. – São muitas áreas. Temos, primeiro, que entender que não podemos aceitar as questões escandalosas, seja de onde elas venham na sociedade, nem entendermos que isso só incomoda quando é feito pelo pobre na periferia. Nós, cidadãos, temos que começar escolhendo representantes comprometidos com o que é correto. Essa classe é poderosa, porque legisla e executa, e tem que ser formada por pessoas do bem, não-violentas e que não deem guarida à violência. Uma coisa é a violência pontual, outra é a violência incrustada na sociedade, porque é acobertada por alguns grupos e pessoas com interesses. É importante termos as polícias fazendo o que já tem sido feito. Ter um governo que não deixa haver ingerência política. Precisávamos nos equipar e já estamos nos equipando. Precisávamos de mais contigente; e ele está chegando. Temos que diminuir as diferenças sociais e reconheçemos que Alagoas tem avançado nisso. Temos que ter mais emprego para a mão de obra que sai das escolas. E estamos construindo isso; tem várias indústrias e empresas chegando a Alagoas. É toda uma conjuntura que precisa ser estruturada. O Governo está fazendo essas mudanças estruturais de uma forma que nunca foi feita. Continuando assim, teremos, daqui a um tempo, uma queda muito significativa nesses índices de violência.

Fonte: http://www.cadaminuto.com.br/index.php/noticia/2010/09/13/comandante-da-pm-diz-que-ingerencia-politica-na-corporacao-acabou

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