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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Milícias: assassinatos comprovam grupos de extermínio na capital



A existência de milícias e grupos de extermínio em bairros da periferia de Maceió vem se confirmando, com base em investigações feitas pela Polícia Civil, que deflagrou na madrugada desta quinta-feira (23), uma operação para cumprir nove mandados de busca e apreensão, e quatro de prisão de acusados de envolvimento na chacina que vitimou quatro jovens no Benedito Bentes, em Maceió.

Na operação quatro pessoas foram presas, os dois policiais civis, Eriberto Marcelino Gomes e Jaime José de Lima, além do capitão da Polícia Militar, Paulo Eugênio Freitas dos Santos, que coordenava a ONG Movpaz, no bairro e do cabo Nascimento. A operação foi comandada pela Delegacia de Homicídios, juntamente com a Divisão Especial de Investigações e Capturas-DEIC.

As investigações iniciais foram conduzidas pela delegada Rebeca Cordeiro. Foram apreendidas armas, munições, rádios comunicadores e computadores. Em relação ao assassinato de 18 moradores de rua na capital, a PC não descartou a possibilidade de um grupo de extermínio também ser o responsável pelas mortes, embora os crimes tenham acontecido de formas diferentes, por arma de fogo e espancamento.

A atuação de milícias, consideradas grupos criminosos, está ligada à carência na área de segurança pública, o que faz comerciantes solicitarem os serviços de segurança mediante pagamento. Em estados como o Rio de Janeiro os grupos são comandados por policiais, ex-policiais e agentes de segurança que agem em favelas e na periferia, expulsando traficantes ou servindo como uma tropa de choque.

De acordo com o Secretário Municipal de Segurança Comunitária, Cidadania e Direitos Humanos, Pedro Montenegro a existência desses grupos criminosos na capital já tinha sido cogitada por ele, o que foi questionado por várias autoridades da área de segurança pública. Montenegro espera que a PC continue as investigações e acredita que outros grupos de extermínio podem ser desbaratados.

“Eu já tinha alertado que os homicídios entre jovens não era algo apenas relacionado a motivos pessoais. É claro que os índices que colocaram Alagoas como o Estado campeão de homicídios pode ter ligação com grupos que fazem limpeza social, mas no Brasil não existe pena de morte e esses métodos para combater a criminalidade são contestáveis”, destacou.

Milícias no Benedito Bentes

O professor Cacá Martins, que também atua junto à prefeitura comunitária do Complexo Benedito Bentes, afirmou que o aumento da população do local gerou mais descaso do poder público. Ele lembrou que o Complexo possui 220 mil habitantes, 35 conjuntos e 10 grotas, e apesar da presença da polícia comunitária não é possível garantir segurança a todos, o que fortalece a atuação das milícias.

“A polícia comunitária se concentra no Selma Bandeira e no Cidade Sorriso e não consegue atender nem 3% da população. O 5° Batalhão atende várias comunidades, como o Eustáquio Gomes, por isso outros locais ficam desassistidos. O governo fez uma limpeza urbana e transferiu pra cá todos que viviam em favelas. Uma mulher que morava no Jaraguá veio reclamar que tava aqui com a família passando fome e nem o dinheiro da passagem tinha pra ir pescar. Ela mora em um local tão longe que até pra chegar no Centro do Benedito Bentes tem que pegar ônibus”, revelou.

Segundo Martins, a existência de milícias no Complexo é algo que as pessoas comentam muito, mas não podem provar, além de terem medo de represálias. Ele afirmou que há estabelecimentos que sofrem constantes assaltos, pois os proprietários não têm dinheiro para pagar pela segurança oferecida pelos grupos. O professor lembrou ainda, que antes a cavalaria descia as grotas e ajudava a minimizar a violência, o que deixou de acontecer.

“Vemos os jovens sendo assassinados e na maioria das vezes isso não é feito pela polícia. Todos os dias acontecem vários crimes aqui e tem o tráfico também. Quando os comerciantes querem depositar dinheiro no banco têm que fazer o transporte de madrugada, porque já são visados e a polícia só garante a segurança das casas lotéricas. Estamos à mercê de tudo e essas coisas fortalece a atuação das milícias, mas esse não é o caminho. É dever do estado garantir a segurança de todos”, lamentou.

Fonte: http://cadaminuto.com.br/noticia/2010/09/24/milicias-assassinatos-comprovam-existencia-de-grupos-de-exterminio-na-capital

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