Assessoria diz que intendência tenta 'contornar a situação' e garante que não há tumultos.
O sábado de visita aos detentos do presídio Baldomero Cavalcanti não está saindo conforme o esperado. Os reeducandos pediram aos seus familiares que permanecessem dentro do local por mais tempo que o determinado pelo sistema prisional, em protesto contra a demora na liberação do acesso dos visitantes.
A esposa de um dos detentos, que se identificou apenas como 'Diana', liberada por volta das 18h30, explicou que a permanência dos visitantes é uma espécie de 'ato' realizado pelos presidiários. "Acontece que o acesso aos visitantes deve acontecer a partir de 8 horas, para que 10 horas da manhã todos já estejam com seus familiares. Só que o processo acaba tão lento, pela falta funcionários, que teve gente que só conseguiu entrar às 15h, perto da hora de acabar a visita", explicou.
Além da reivindicação por agilidade no processo de entrada de visitantes, os reeducandos também estão protestando contra um episódio denunciado ontem por parentes. "Depois da reforma, eles criaram um abrigo com bancos de concreto para ficarmos dentro, se fôssemos passar a madrugada aqui, como muitos passam. Só que ontem, não permiritam que ficássemos do lado de dentro e tivemos que dormir do lado de fora. Ainda ouvimos disparos de arma de fogo durante a madrugada", emendou.
De acordo com os agentes, as visitas deveriam ter chegado ao fim às 16h. A assessoria garantiu que não há qualquer tumulto na instituição e que a intendência está tentando 'contornar a situação'. Segundo uma outra visitante, no entanto, o procedimento adotado é temido por reeducandos e familiares. "Mesmo que nos liberem, vamos continuar aqui na frente porque já vimos um grupo do GOI entrar e sabemos que, quando todos os visitantes saírem, eles vão bater nos reeducandos", emendou.
De acordo com Diane, ainda há cerca de 300 visitantes dentro da unidade e os detentos já os liberaram. "Quem está 'embaçando' a saída são os próprios agentes", afirmou. Uma idosa passou mal e levada por uma equipe do Samu ao Hospital Geral do Estado (HGE).
Agosto de desgosto no Baldomero
Este mês de agosto não tem sido tão tranquilo para os agentes que trabalham no Baldomero Cavalcante. Ainda nessa quarta-feira, 25, houve um princípio de tumulto na unidade que chegou a suspender as visitas. Foram várias as versões para a motivação do protesto, que foi controlado cerca de duas horas depois, após duas viaturas do Samu saírem do local.
Na tarde dessa terça-feira, 24, os agentes penitenciários registraram a fuga de três detentos do Baldomero. Segundo eles, os reeducandos faziam um serviço de manutenção no 5º Distrito Policial, com objetido de redução de pena. Entretanto, em meio ao trabalho, Thiago Andre de sena, Vanilson Duarte da Silva e Cosmo dos Santos, pularam o muro e foram embora com uniforme do presídio. Ninguém foi recapturado.
No dia 21, um grupo de homens supostamente ligados à facção criminosa que age em presídios teria armado um plano na tentativa de resgatar dois detentos do Baldomero. O plano foi abortado após o Grupo de Ações Penitenciárias (GAP) ter desconfiado da atitude suspeita dos dois carros que rondavam a unidade. Ao tentar abordá-los, os agentes perceberam que os ocupantes do veículo tratavam-se de criminosos. A Intendência Geral do Sistema Penitenciário de Alagoas não confirmou a informação e que não se pronunciou a respeito do assunto.
Já no início do mês, no dia 4, houve mais três fugas na penitenciária. Agentes penitenciários encntraam uma corda artesanal na parte externa do presídio e, ao efetuarem uma ronda, descobriram que Rosivaldo dos Santos, 26, Wanderson Pereira de Lima, 23, e Dilson Batista dos Santos, 22, serraram a cela do módulo três, utilizaram a corda para escalar a muralha e empreenderam fuga.
Fonte: http://gazetaweb.globo.com/v2/noticias/texto_completo.php?c=211577
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