Maceió amanheceu praticamente sem policiamento nas ruas. Nas sedes dos batalhões da Polícia Militar, as viaturas que fazem o policiamento ostensivo ficaram estacionadas e poucos PMs compareceram aos locais de trabalho, conforme determinação de “desaquartelamento” resultante da assembléia realizada na terça-feira (10) no Centro de Maceió.
A adesão à paralisação também foi significativa no Corpo de Bombeiros. Na manhã de hoje (11), eles fizeram protesto em frente ao Quartel-Geral, no Trapiche, onde foram mantidas apenas duas equipes para operacionalizar o veículo de combate a incêndio e para o desencarcerador – veículo que resgata vítimas de acidentes presas às ferragens. Os líderes da mobilização informaram que o resgate de outras vítimas fica a cargo do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
A greve dos bombeiros também complicou o trabalho do Aeroporto Zumbi dos Palmares, onde, por lei, tem que ser mantida uma equipe de pelo menos 11 homens a postos para garantir a normalização das operações. Na manhã desta quarta-feira, apenas um bombeiro havia comparecido ao local. A reportagem está em contato com a assessoria da Empresa de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), mas foi informada que o responsável pela regional atua em Salvador e está em reunião neste momento.
O presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar, Wellington Fragoso, afirmou que está mantida a orientação de “desaquartelamento por 48h”, para que o PMs não compareçam aos locais de trabalho para evitar a prisão por insubordinação, caso se neguem a sair às ruas para o policiamento ostensivo.
O militar contestou a nota divulgada pelo governo do Estado, que se refere aos manifestantes que participaram da mobilização da terça-feira (1) como vândalos. “Não somos vândalos. Apenas respondemos ao desrespeito com que o Governo trata seus servidores. Os atos da mobilização são resultado do clima de revolta em que se encontra uma categoria desrespeitada em seus direitos”, declarou.
A reportagem do Tudo na Hora constatou, em passagem por batalhões da PM, que grande parte dos militares atendeu à determinação de “desaquartelamento”. No 1º Batalhão da PM, as viaturas ficaram estacionadas na porta e em uma passagem pelos bairros da orla marítima de Maceió, Jaraguá, Vergel e Centro, apenas uma viatura do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) foi vista em circulação na Praia da Avenida. No posto da Praia de Pajuçara, havia apenas dois militares e nenhuma viatura.
Determinados a manter a mobilização pela implantação dos reajustes negociados com o Governo, na terça-feira (10), os militares fizeram assembleia e marcha pelas ruas do Comércio. Houve protesto e quebra-quebra em frente à Assembleia e ameaça de invasão ao Palácio República dos Palmares, sede do governo do Estado. Em resposta, o Governo divulgou nota em que determina a punição dos responsáveis pelo movimento e chama de vandalismo a destruição de patrimônio público.
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