Eles participaram de reuniões para discutir as reivindicações dos militares e estão na ameaça de ser punidos por causa disso. Na manhã desta quarta-feira (04), o sargento Teobaldo de Almeida, presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos; o cabo José Soares, presidente da Associação dos Cabos e Soldados; e o cabo Wagner Simas, presidente da Associação de Praças serão ouvidos pelo tenente-coronel José Jordônio dos Santos, comandante da Radiopatrulha.
Os três militares respondem a processo disciplinar porque estavam presentes em uma mobilização, ocorrida no dia 12 de abril último, que debateu os reajustes solicitados pelas entidades de classe. Os PM’s podem sofrer desde uma simples advertência até prisão. Os movimentos sindicais consideram a medida uma forma de ‘opressão’.
De acordo com o tenente-coronel José Jordânio, a sindicância terá duração de 30 dias. “Hoje nós ouviremos os acusados e, no decorrer dos dias, as possíveis testemunhas que forem arroladas por eles. Queremos saber se eles infringiram o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar ao praticar, por exemplo, vandalismo, bloqueio de pista, atos com a farda da corporação, danos ao patrimônio público etc”, informou o oficial.
A depender do resultado do processo disciplinar, que será entregue ao corregedor da PM, coronel Sandro França, Teobaldo de Almeida, José Soares e Wagner Simas podem sofrer desde uma simples advertência até prisão. “É preciso respeitar a hierarquia e as disciplinas previstas na nossa legislação”, disse José Jordânio dos Santos.
Governo agiria com ‘opressão’
“O Governo está usando o nosso Regimento como forma de opressão contra os agentes da segurança pública que estão lutando por aquilo que é justo. E ele também está quebrando a democracia quando nos impede de exercer nosso direito de expressão que, inclusive, estar-nos garantindo na Constituição Federal”, disparou Teobaldo de Almeida.
O presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos nega que os sindicalistas tenham ferido o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar. “Nós fomos à Secretaria de Gestão Pública a convite do próprio secretário. Participamos da reunião e, em seguida, como os colegas militares estavam na porta do órgão, repassamos as informações a respeito do encontro. Não desrespeitamos a hierarquia, não praticamos a insubordinação”, garantiu ele.
O presidente da Associação de Praças também engrossa o coro dos descontentes com a abertura da sindicância. “O Comando da Polícia Militar entende que nós infringimos o Regulamento. Isso pode até ter acontecido, já que, essa legislação é uma herança ainda dos tempos do império. Quanto mais puderem usar de poder ditatorial contra os movimentos, melhor para eles. O que nos provoca indignação é o fato de estarmos sendo punidos porque estamos lutando por dignidade salarial. Quem está comandando a polícia parece não entender que, se conseguirmos os reajustes reivindicamos, isso será refletido bem mais no bolso dos coronéis, no bolso daqueles que estão nos perseguindo”, alfinetou Wagner Simas.
Aquartelamento
Sobre a possibilidade de aquartelamento, Teobaldo de Almeida não descartou-a. “Essa é uma decisão que caberá às categorias. Dia 10 teremos uma assembleia geral e serão os PM’s quem decidirão como se dará a continuidade da mobilização. Se votarem pelo aquartelamento, assim acontecerá”, declarou.
Segundo ele, os policiais militares reivindicam 7% de reajuste salarial e revisão nos subsídios. “Esses 7% deveriam ter sido dados ainda em 2007, mas, nunca saíram do papel. Também queremos a correção dos quinquênios, que só é feita para os coronéis. os benefícios têm que ser dados por igual, desde o praça até o coronel”, defendeu.
“Não existe aquartelamento. Esse foi um termo criado sem qualquer previsão legal. A Polícia Militar não pode fazer greve e, quem for para o quartel e não sair para trabalhar, poderá ser punido por desobediência”, advertiu o coronel José Jordânio.
Fonte: http://gazetaweb.globo.com/v2/noticias/texto_completo.php?c=231647
TUDO VAI ACABAR BEM...
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