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quinta-feira, 17 de março de 2011

A Abrangência das Escalas Abusivas da PMAL


* Ten. Stive PMAL

Muito vêm se falando sobre as escalas de serviço abusivas hoje empregadas na PMAL. Quando questionadas por nossas associações, as respostas do comando são sempre as mesmas: que são escalas "técnicas e justas" e que as mesmas foram aprovadas pelo Conselho de Segurança do Estado, e que não se pode mudar sem o consentimento do Conselho, afinal esse Conselho de Segurança está fazendo o melhor para a sociedade.
Pois bem, a desculpa é que a PM precisa adequar sua escala para dar uma resposta aos altos índices de violência apresentados pelo Estado (e graças aos gestores, hoje Alagoas é campeã nacional), só que adequar essa escala, leiam as entrelinhas, é sacrificar as folgas dos militares, limitar o convívio familiar e criar uma escala injusta de 12x24 X 12x48 ao bel prazer dos comandos, afinal, o efetivo é pouco e a sociedade precisa da polícia.

Mas será que o Conselho de Segurança Pública tem tanto poder assim? Será que tem algum poder de ingerência sobre o que acontece dentro de nossa corporação? E será que isso se estende aos outros órgãos que compõem o aparato de Segurança Pública aqui no Estado? Vejamos: já é de conhecimento que no interior do Estado existe hoje uma grande falta de policiais civis nas delegacias dos municípios alagoanos, e que muitas delegacias dessas fecham suas portas a partir de quinta a tarde, ficando o final de semana apenas com um policial civil, voltando a funcionar apenas na terça. Ora, se o Conselho de Segurança é tão "preocupado com a sociedade", por que o mesmo ainda não interferiu nas escalas da PCAL, obrigando a superintendência da PC a aceitar a escala "justa e técnica" da PMAL? Afinal, a sociedade clama pela presença da PC nos municípios aos fins de semana. Será que os delegados aceitariam essa escala? E os agentes aceitariam trabalhar em uma escala de 12x 24 X 12x48? No CBMAL a situação não é muito diferente. Não vi, pelo menos não eu, ainda o Conselho se intrometer nas escalas do Corpo de Bombeiros. No interior do Estado a escala deles é 1x3 e chega a ter escalas de 1x4, podendo dobrar o serviço para que a folga seja maior, segundo alguns amigos do CBMAL me repassaram. Será que o conselho obrigaria o CBMAL a se adequar a essa escala "justa e técnica"?

Também sabemos no abandono que hoje as Rodovias Federais se encontram, com os postos policiais da PRF contando com 2 ou 3 agentes rodoviários por turnos de 1x3, ou seja de 24 por 72, e que apesar da alta quantidade de assaltos nas Rodovias Federais que cortam Alagoas, não acho que a superintendência da PRF pretenda criar uma escala "justa e técnica" para ser aplicada e nem aceitaria qualquer ingerência por parte do Conselho de Segurança.

Aí vocês me perguntariam: "Mas Tenente Stive, das escalas que você comentou, duas delas são de turnos de 1x3, ou seja, são parecidas com a da PM de 12x24 e 12x48, isso no final não dá a mesma coisa?". Não dá não companheiro, pois em um serviço de 24 horas do CBMAL e assim como da PRF não se passam às 24 horas direto dentro da VTR e a noite os companheiros descansam, e suas 72 horas de folga são respeitadas. Muito diferente da PM, onde são as12 horas diretas dentro de uma viatura velha, apertada e suja, sem banheiro e sem água. E o que é pior, nos dias que você saí do turno da noite, onde teoricamente, teria 48 horas de descanso, é necessário cumprir escalas extras. Viu que é BEM DIFERENTE?!

Voltando ao que interessa, alguém sabe o porquêdo Conselho de Segurança não se intromete nos assuntos da PC, CBM e da PRF? Por que os gestores dessas corporações são verdadeiros GESTORES, onde eles é que realmente entendem dos assuntos de suas corporações e sabem que não podem tampar o sol com a peneira, e que o verdadeiro problema é a falta de efetivo e que isso eles não podem resolver. Só que na PMAL isso não acontece, pois os nossos comandantes devem favores políticos e têm de fazer de tudo para não desagradarem a quem lhe deu as promoções; assim, se cumprirem "a cartilha" certinho, ao fim de sua passagem pelo cargo de chefia, ganharão um cargo comissionado, com um CC gordo (alguém conhece ex-comandantes gerais que assumiram cargos no Detran, DER e SEDS?). Hoje o grande problema da PMAL é a ingerência, e saibam que quem irá pagar a conta pela falta de realizações de concursos para a PM seremos nós, que estamos na linha de frente, que teremos nossas folgas desrespeitadas e seremos privados de nosso convívio com a família, tudo em detrimento de um "Conselho de Segurança" que com certeza os seus membros passam os fins de semana com a família e curtem todos os feriados, e ainda ganham bem...

Se o Estado quer mais policiais nas ruas, faça concurso, o que não pode acontecer é a escravização de toda a tropa com desculpa da necessidade de efetivo, pois em nenhum outro órgão que compõem o aparato de segurança pública isso acontece.

Fonte: Briosa em Foco

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