O governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) pediu, oficialmente, neste sábado (12), socorro ao Ministério da Justiça. Admitindo que a violência está desenfreada em Alagoas, o executivo tucano se esqueceu que o governo federal é administrado pelo Partido dos Trabalhadores e pediu para que a União libere recursos para o combate à criminalidade no Estado. O apelo foi feito durante o ‘1º Colóquio de Experiências Exitosas na Prevenção e Redução de Homicídios, realizado num hotel no bairro de Cruz das Almas. ’Mês passado, Maceió foi apontada como a capital que mais registra homicídios de jovens no Brasil. Os dados foram do Mapa da Violência.
Ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, Teotonio Vilela fez um grave comparativo sobre os assassinatos que são registrados no Estado. “Todo mês cai um boing lotado em Alagoas e todos morrem. São 180 homicídios mensalmente, o que equivale a um boing lotado”, afirmou o governador.
Em discurso, Vilela disse que conseguiu alguns avanços na área da segurança pública em seu governo, a exemplo da implantação da polícia comunitária, do fim dos sequestros com cativeiro e dos crimes de mando, todavia, fez um desabafo: “Tudo isso não está sendo suficiente para vencer a guerra contra o tráfico e a criminalidade. Sabemos que sediar o ‘1º Colóquio de Experiências Exitosas na Prevenção e Redução de Homicídios’ foi uma escolha devido a Alagoas ter as maiores taxas de assassinatos no País. Isso muito me entristece e envergonha. Só que, no nosso governo, não jogamos nada para baixo do tapete e nem adotamos subterfúgios. Reconhecemos a gravidade da situação, mas a realidade é que o problema vem se agravando por mais de uma década pela ausência de investimentos no setor e de uma gestão pública responsável. Foram anos e anos de falta de prioridade e comprometimento para reverter essa situação”, disse o peessedebista, alfinetando, indiretamente, o seu ex-aliado Ronaldo Lessa (PDT).
Vilela pede tratamento igual aquele dado ao Rio de Janeiro
O pedido de socorro de Teotonio Vilela Filho veio quando ele argumentou que Alagoas não possui laboratório para refinar cocaína, não produz o crack e nem fabrica armas, mas, mesmo assim, amarga o primeiro lugar no índice de assassinatos, que, segundo o governador, são, em sua maioria, ocasionados por causa do tráfico e consumo de entorpecentes. “Queremos tratamento igualitário aquele que foi dispensado ao Rio de Janeiro, já que estamos falando do combate ao tráfico de drogas. Temos projetos e propostas em conjunto para vencermos essa guerra e eles precisam ser colocados em prática de forma urgente. É preciso lembrar que, em três anos, teremos a Copa do Mundo no Brasil e, apesar do nosso Estado não ser sede dos jogos, vai ser um importante corredor de turismo internacional”, apelou o governador.
Mais pedidos ao governo federal
Na lista de reivindicações do governo de Alagoas, outro pedido de grande porte: a Força Nacional nas ruas para coibir a violência. “Precisamos ainda da Polícia Judiciária da Força Nacional para dar celeridade às investigações”, cobrou Vilela.
O governador também pediu dinheiro ao Ministério da Justiça. “É urgente a necessidade da liberação de R$ 17 milhões para que possamos construir um presídio masculino. Essa unidade será utilizada como alternativa para a demanda reprimida de três mil presos”, declarou ele.
Teotônio Vilela pediu ainda recursos para a construção e aparelhamento do Centro de Perícias Forenses, que deverá abrigar os novos IML, Instituto de Identificação e de Criminalística de Maceió e para a modernização tecnológica do sistema de rádio comunicação das polícias.
Encontro vai definir estratégias
Após ouvir os apelos do governador, José Eduardo Cardozo deu início a reunião do ‘1º Colóquio de Experiências Exitosas na Prevenção e Redução de Homicídios’. No encontro, autoridades do Ministério da Justiça e da área da segurança pública de Alagoas discutiram medidas para reduzir o crime em Alagoas.
A assessoria do Palácio República dos Palmares informou que as estratégias não serão tornadas públicas porque farão parte do plano de governo para combater a violência.
E, antes de terminar a reunião, José Eduardo Cardozo assinou um convênio para liberar recursos do Pronasci para o Estado. Todavia, o ministro destacou que nenhum centavo virá de 'graça' para o Estado. "Alagoas só vai receber dinheiro se mandar projetos. A União também passa por dificuldades e tem que aplicar bem a verba que possui", alertou.
Fonte: http://gazetaweb.globo.com/v2/noticias/texto_completo.php?c=226789
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