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segunda-feira, 18 de abril de 2011

POLÍCIA CIVIL DECIDE POR GREVE




Na assembleia geral que está acontecendo na tarde desta segunda-feira, 18, no sindicato dos Bancários, localizado no Centro, os policiais civis de alagoas estão reunidos para analisar a proposta do governo do Estado de reajuste salarial de 5,9%, que será dividido em duas parcelas. “Esse valor soou como uma brincadeira”, declarou o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários de Alagoas (Sindapen), Jarbas Souza.

De acordo com as informações do vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol/AL), Josimar Melo, a assembleia dirá se a categoria irá aceitar ou não a proposta e sinalizar medidas de mobilização. “Vamos analisar a proposta, mas esse reajuste não contempla a categoria dos policiais civis”, disse Josimar. Ele ainda confirmou que uma nova greve não está descartada. “Tudo é possível. Tem a possibilidade de uma greve. Estamos também discutindo a possibilidade de unificação com os policiais militares, agentes penitenciários e escrivães como forma de tentar sensibilizar o governador sobre a questão da segurança pública no Estado que está um caos terrível. Alagoas é hoje a 1ª no ranking de homicídios do Brasil”, declarou.

Ele informou ainda que na última reunião na Secretaria de Gestão Pública (Segesp), a sub-secretária do órgão informou que essa proposta de 5,9% era a final, e que as especificidades de cada categoria deveriam ser discutidas com os titulares das pastas. “Tivemos uma conversa com o Marcílio Barenco e ele disse que não discutiria reajuste salarial porque não era o dono do cofre”.

Na assembleia estavam presentes além dos policiais civis, representantes dos agentes penitenciários, escrivães e o advogado do Sindpol. “A sociedade tem que saber que as nossas reclamações não são só pelo salário, mas é para a sociedade. A gente que ter melhores condições de trabalho para continuar fazendo a nossa função, que é combater o crime”, disse o presidente do Sindapen, Jarbas Souza. Durante as falas na assembleia, os servidores avaliam a formação de um movimento unificado da segurança pública, que além dos policiais, agentes do IML, Instituto de Criminalística e peritos também participem da mobilização geral em torno da melhoria da segurança do Estado. “O governo tem que compreender que o investimento no cidadão é a melhor forma de combater a violência”, concluiu Jarbas.

Além da reivindicação salarial, os policiais querem investimento na estrutura física das delegacias e em materiais de trabalho, como armas e coletes. “Queremos condições de trabalho, motivação e valorização dos policiais, e isso passa pelo reajuste do salário”, concluiu Josimar Melo.

Greve

Sem acordo com a proposta do Governo de Alagoas de reajuste salarial de 5,9%, os policiais civis de Alagoas decidiram decretar greve por tempo indeterminado a partir do dia 26 de abril. A categoria exige um aumento superior ao proposto por Teotônio Vilela Filho. A proposta dos policiais é que o aumento seja de 60% em cima do valor do salário de um delegado, que hoje é de R$ 12.800, subindo de R$ 1.700, valor pago hoje pelo governo, para R$ 2.468.

Além de não aderir à proposta do Executivo, os policiais civis decidiram apoiar a assembleia dos policiais militares que será realizada no dia 26 deste mês, no Clube dos Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar de Alagoas, às 15h, no bairro Trapiche da Barra.

De acordo com a informação do advogado do Sindpol, a última greve realizada pelos policiais civis, que paralisaram as atividades por 72h, foi considerada pelo Governo como ilegal, e os agentes poderiam passar por processos administrativos. “O Tribunal de Justiça avaliou a greve dos policiais civis a partir do artigo 142 da Constituição, que diz que as forças armadas não podem realizar greves, pois eles são os responsáveis pela soberania nacional. Já entramos com um pedido de revisão da matéria, pois os policiais civis não se encaixam nesse artigo”, disse.


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